sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Grupo Esperança Viva na UFRN

Ensinar a um deficiente visual exige qualificação. Com a ajuda de alunos, professores e servidores, a Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN), mantém o "Grupo Esperança Viva", um curso de flauta doce voltado para pessoas com cegueira total ou com baixo grau de visão.

Coordenado pela professora Catarina Shin, o Esperança Viva proporciona aos participantes a oportunidade de se desenvolverem musicalmente, por meio de atividades rítmicas, melódicas, expressivas, instrumentais, teóricas e de introdução ao estudo da musicografia Braille - código que permite aos cegos perceber a notação musical através de células marcadas com pontos em alto relevo. 

"A importância do aprendizado da música por portadores de deficiência visual se justifica pela oportunidade de desenvolver sentidos como o tato e a audição, que guiam essas pessoas na ausência da visão", explica Catarina.

Entre outros lugares, o grupo já fez apresentações no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFRN) de Ipanguaçu, na Cooperativa Cultural do Centro de Convivência da UFRN, na Universidade Federal do Rural do Semi-Árido (UFERSA), em Mossoró, e na TV Universitária.

Os encontros do Esperança Viva acontecem todas as segundas-feiras e são divididos em dois momentos: estudos de musicografia Braille, das 14h às 15h30, e aulas flauta doce, das 15h45 às 17h15. Sobre o processo da representação escrita de música, a professora Catarina esclarece que "as partituras escolhidas são digitadas no software "Musibraille" pelos professores e estagiários do curso e, em seguida, são enviados ao Laboratório de Acessibilidade para serem impressas em Braille".

Iniciado em 2011, com o nome "Flauta Doce", o projeto quer desmistificar estereótipos e preconceitos em torno da pessoa com deficiência visual. No começo, o curso trabalhava com alunos do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte (IERC) e da Associação de Deficientes Visuais (ADEVIRN). Hoje o projeto recebe qualquer pessoa que tenha interesse em participar.

O nome "Esperança Viva" surgiu em 2012 e veio da inspiração de um dos alunos. Pedro Marcelino de Lira, autor da proposta, argumenta que o curso proporcionou mais alegria e confiança a todos. "É uma esperança viva de algo bom que está acontecendo conosco, mas que também se projeta para o futuro", afirma Pedro.

Além do espaço físico para a realização das aulas, a EMUFRN disponibiliza veículo e motorista para o deslocamento da maioria dos alunos. O projeto conta ainda com apoio da Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE) da UFRN.




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