sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Espetáculo Antes da Coisa Toda Começar em cartaz neste final de semana no TAM


Espetáculos inspirados em reflexões sobre o ofício dos artistas costumam ser um risco para qualquer grupo que deseja montá-los e, sobretudo, para o espectador. Voltados ao próprio umbigo, muitas vezes dramaturgos e diretores criam histórias de dificílimo diá-logo com a platéia. 

Felizmente, o drama Antes da Coisa Toda Começar, da paranaense Armazém Companhia de Teatro, vai em outra direção. Embalado no argumento restritivo, o texto de Maurício Arruda Mendonça e do também diretor Paulo de Moraes amplia a abordagem e transforma a narrativa fragmentada em um jogo de perso-nagens densos que se encaixa aos olhos do público.

O espetáculo está em cartaz nesta sexta, sábado e domingo, no Teatro Alberto Maranhão, em Natal. Os ingressos estão a venda na bilheteria do teatro ao preço de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

Um ator-fantasma (Ricardo Martins) confrontado com suas memórias abre a cena. Dessas lembranças surgem três pessoas deparadas de alguma forma com a morte: Téo (Thales Coutinho), um ator em crise, Zoé (Patrícia Selonk), uma jovem enredada em uma paixão proibida, e a cantora Léa (Rosana Stavis), em recuperação de uma tentativa de suicídio.

Os conflitos psicológicos fluem sem tanto peso graças à ágil encenação, que funde belas imagens e explora bem os limites do palco. Inicialmente dispensável, a trilha sonora ao vivo, interpretada pelos sete atores, funciona no conjunto dramático e provoca uma ruptura nos complexos diá-logos. O grupo, hoje sediado no RJ, faz bonito ao equilibrar o conceito cerebral da montagem e a comunicação. 

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