sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

“VOCE CONHECE O ESTADO DO PARÁ?


Tenho o prazer de publicar um artigo escrito pelo meu amigo Carlos Felizardo e que foi publicado também nesta sexta-feira no Diário de Natal

Acompanhando pela mídia essa celeuma em torno da divisão do Estado do Pará me veio da memória duas outras divisões recentes: Mato Grosso e Goiás. Mato Grosso perdeu o Sul e Goiás o Norte. Até aí, tudo bem. Tive o privilégio conhece-los assim. Antes e depois. Conhecer, de conhecer mesmo! As principais, as vicinais e as entranhas.
Com o Pará, não é diferente. Você conhece? As principais, as vicinais e as entranhas?  O povo do Pará é bravo. Forte. Historicamente participativo desde a colonização de seus índios e a difícil convivência com portugueses, holandeses, espanhóis, principalmente, e sua aguerrida peleja de hoje em dia. Sua natureza exuberante, seu povo acolhedor, seus igarapés de águas frias e mansas, a chuva das 14 horas, a fauna, a flora, seu folclore e o Círio de Nazaré.
Que maravilha poder participar de uma “pelada” num desses campos de futebol da estrada do coqueiro! Tomar um tacacá em qualquer canto de praça, um açaí. Apreciar um pato no tucupí,  uma cerpinha  bem gelada, sem  igual. E o “mangueirão”? Um dos estádios mais bonitos desse país? E o torcedor fazendo festa? Tem o Pará uma das maiores e mais participativas torcidas do Brasil!
E Fafá, com voz e violão, no Teatro da Paz? Toda de branco- renda, pés no chão, linda, maravilhosa e sensual?  Joyce e Leila Pinheiro? E o carnaval?  “Rancho não posso me amofiná”, bela escola de samba,  Lapinha,  Pagode  Chinez, Tuna Luso, Remo, Paisandú,  Caixa-Pará, Mercado do Ver-o-pêso,  Baía de Guamá, Mosqueiro, Icoaraçí, Salinas, Hotel Grão-Pará, Fundação Rômulo Maiorana, Lúcio Mauro, Calipso, Carlos Santos, Beto Barbosa, Pinduca, Noite Ilustrada, Barcarena, Abaetetuba, Mojú... Castanhal, Capanema, Bragança, Ourém, Capitão Poço, Viseu, Tomé-Açú, Santa  Izabel, Breves, Soure, Paragominas, Tucuruí, Repartimento, Anapú...
     Fico me perguntando: que amedronta essa separação? Seriam as mesmas preocupações de Mato Grosso ou Goiás? Ou seriam as mesmas preocupações de Mato Grosso do Sul e Tocantins?
    Lá, na época da divisão desses, unanimidade os contra. Hoje, façam a mesma pergunta: são contra ou a favor da divisão de seus estados? E vocês irão se surpreender, com certeza, com o resultado. É público e notório a satisfação da população de ambos os lados. Esses Estados cresceram, se desenvolveram, obtiveram novos índices de qualidade de vida nas áreas da educação, da saúde, do bem estar social. Houve crescimento no parque industrial, na agricultura, na pecuária, nos meios de transporte, na comunicação e tecnologia.
    Do lado de cá, norte-nordeste, o Pará tem tudo!  E do lado de lá? O que é que tem?  
    Eu sei o que não tem. Queria saber mais, mas...
    Marabá, São Domingos, Goianésia, Breu Branco, Altamira, Santarém, Novo Progresso, Itaituba, Trairão, Redenção, Rio Maria, Xinguara, Conceição do Araguaia, Santana do Araguaia, Tucumã, São Félix do Xingú, Eldorado, Canaã dos Carajás e Parauapebas que digam o que sabem, que sentem e precisam ao se manifestar nas urnas.
    O povo de lá precisa dessa divisão. É humanamente impossível atender os povos do centro sul e oeste do Pará da forma como eles merecem. Não quero entrar no mérito da questão política dessa divisão. Quero entrar no mérito de cuidarmos para que esses povos de lá sejam felizes e donos de seus destinos. Afinal, um povo livre é sonho de toda nação moderna. As políticas de inclusão social e de gestão participativa possibilitarão a essas pessoas direito de dirigirem e constituírem seus caminhos. Ninguém perderá com essa divisão, pelo contrário, todos ganharão.
    Desejo que o plebiscito do dia 11, próximo, ocorra dentro da transparência, da ética, da moral e da lealdade dos princípios da democracia contemporânea. Viva o povo paraense! Que sejam felizes! Sempre!
Carlos Dias Felizardo (carlosdiasfelizardo@hotmail.com)
Acadêmico de Administração Pública
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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